“Eu desenho um sol AMARELO”

Sim, eu tentei me matar. Sim, tentei tirar a minha vida, acabar com tudo, sumir. Foi aos 12 anos, foi …

… o que importa como e quando foi? De nada importa esses detalhes da tentativa de fato, o que importa é que sim, aconteceu.

E o que importa, acima de tudo, é que não deveria ter acontecido. Não deveria ter acontecido comigo, não deveria ter acontecido com o menino de 15 anos da frente do meu prédio na semana passada, não deveria ter acontecido com o Chris Cornell, com o Kurt Cobain, com o Chester Bennington, com o Prince, com o Robin Williams, com a Whitney Houston, com o Alexander McQueen, com o seu amigo, com o seu parente, COM NINGUÉM.

Desde 2014 criou-se o “Setembro Amarelo” com o intuito de alertar e prevenir a respeito do suicídio. Como já disse milhares de vezes, o suicídio deve ser falado, discutido, alertado, questionado. A melhor forma de prevenir é falando sobre, é alertando sobre, é sabendo de todos os detalhes possíveis para identificar, seja em você ou seja em alguém próximo, para, então, PREVENIR.

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Assim como câncer, AIDS e demais doenças, com a busca intensa pela quebra do tabu e pela disseminação do assunto, hoje o acesso ao tratamento para tais doenças é muito mais facilitado, tanto em relação aos postos de atendimento quanto à liberdade e segurança das pessoas em irem abertamente buscar ajuda. Infelizmente, isso ainda não é válido para casos de depressão – que sim, pasmem, é uma doença e precisa MUITO de tratamento.

A OMS afirma que de cada 10 casos de suicídio, nove poderiam ter sido prevenidos. NOVE DE DEZ! Além, de acordo com números oficiais, morrem 32 pessoas POR DIA por suicídio no Brasil – esse número é superior aos casos de AIDS e de câncer. Ressalto que trata-se de “números oficiais”, ou seja, o número real é bem maior (eu, por exemplo, não me enquadro nos “números oficiais” de tentativa).

Hoje não é dia de textão, hoje é dia de um pedido, de um apelo. Por favor, ajudem a melhorar esses números. Ajudem tirar o suicídio da lista de tabus, ajudem a tirar o preconceito dessa doença tão séria, com consequências tão graves, tão tristes, tão angustiantes.

Todos os dias deveriam ser de prevenção, mas já que temos um mês para focarmos – ainda mais – nisso, que façamos valer a pena.

Coincidentemente, é o mês que nasci (pela primeira vez). Que o meu presente este e todos os anos seja ver esse número de casos diminuir, seja ver o assunto sendo tratado como uma doença séria e que tem tratamento.

Música do título: Aquarela – Toquinho

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